Dia 4 de Abril
2ª-feira da 5ª Semana da Quaresma
1ª Leitura - Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62
Estou condenada a morrer, quando nada fiz. Leitura da Profecia de Daniel 13,1-9.15-17.19-30.33-62
Naqueles dias:
1 Na Balilônia vivia um homem chamado Joaquim.
2 Estava casado com uma mulher
chamada Susana, filha de Helcias,
que era muito bonita e temente a Deus.
3 Também os pais dela eram pessoas justas
e tinham educado a filha
de acordo com a lei de Moisés.
4 Joaquim era muito rico
e possuía um pomar junto à sua casa.
Muitos judeus costumavam visitá-lo,
pois era o mais respeitado de todos.
5 Ora, naquele ano,
tinham sido nomeados juízes dois anciãos do povo,
a respeito dos quais o Senhor havia dito:
'Da Babilônia brotou a maldade de anciãos-juízes,
que passavam por condutores do povo.'
6 Eles frequentavam a casa de Joaquim,
e todos os que tinham alguma questão
se dirigiam a eles.
7 Ora, pelo meio-dia, quando o povo se dispersava,
Susana costumava entrar
e passear no pomar de seu marido.
8 Os dois anciãos viam-na todos os dias
entrar e passear,
e acabaram por se apaixonar por ela.
9 Ficaram desnorteados,
a ponto de desviarem os olhos
para não olharem para o céu,
e se esqueceram dos seus justos julgamentos.
15 Assim, enquanto os dois
estavam à espera de uma ocasião favorável,
certo dia, Susana entrou no pomar como de costume,
acompanhada apenas por duas empregadas.
E sentiu vontade de tomar banho,
por causa do calor.
16 Não havia ali ninguém, exceto os dois velhos
que estavam escondidos,
e a espreitavam.
17 Então ela disse às empregadas:
'Por favor, ide buscar-me óleo e perfumes
e trancai as portas do pomar,
para que eu possa tomar banho'.
19 Apenas as empregadas tinham saído,
os dois velhos levantaram-se
e correram para Susana, dizendo:
20 'Olha, as portas do pomar estão trancadas
e ninguém nos está vendo.
Estamos apaixonados por ti:
concorda conosco e entrega-te a nós!
21 Caso contrário, deporemos contra ti,
que um moço esteve aqui,
e que foi por isso
que mandaste embora as empregadas'.
22 Gemeu Susana, dizendo:
'Estou cercada de todos os lados!
Se eu fizer isto, espera-me a morte;
e, se não o fizer,
também não escaparei das vossas mãos;
23 mas é melhor para mim, não o fazendo,
cair nas vossas mãos do que pecar diante do Senhor!'
24 Então ela pôs-se a gritar em alta voz,
mas também os dois velhos gritaram contra ela.
25 Um deles correu para as portas do pomar e as abriu.
26 As pessoas da casa ouviram a gritaria no pomar
e precipitaram-se pela porta do fundo,
para ver o que estava acontecendo,
27 Quando os velhos apresentaram sua versão dos fatos,
os empregados ficaram muito constrangidos,
porque jamais se dissera coisa semelhante
a respeito de Susana.
28 No dia seguinte,
o povo veio reunir-se em casa de Joaquim, seu marido.
Os dois anciãos vieram também,
com a intenção criminosa
de conseguir sua condenação à morte.
Por isso, assim falaram ao povo reunido:
29 'Mandai chamar Susana,
filha de Helcias, mulher de Joaquim'!
E foram chamá-la.
30 Ela compareceu em companhia dos pais,
dos filhos e de todos os seus parentes.