Santo Onofre: o eremita da fé e da perseverança

Santo Onofre foi um eremita que viveu no deserto do Egito entre o final do século IV e o início do século V. É venerado como padroeiro da fortuna e conhecido por sua poderosa intercessão contra o vício do alcoolismo.

As principais informações sobre sua vida vêm dos relatos de São Pafúncio, um abade que o encontrou no deserto e permaneceu com ele até sua morte. Ao avistá-lo, Pafúncio se impressionou com sua aparência: um ancião de longas barbas brancas que tocavam o chão, com o corpo coberto por pelos e vestindo apenas uma tanga feita de folhas.

Segundo o próprio Onofre contou, ele começou sua jornada como monge em um mosteiro. No entanto, sentiu-se chamado a viver em total reclusão, seguindo o exemplo de São João Batista. Deixou então a vida comunitária e retirou-se para o deserto, onde passou décadas em oração e penitência.

Onofre revelou a Pafúncio que, em sua juventude, enfrentou severas tentações — especialmente relacionadas ao alcoolismo — mas com fé e perseverança venceu cada uma delas. Compartilhou também as dificuldades que enfrentava, como a fome e a sede, sendo sustentado por Deus através dos frutos de uma tamareira próxima à gruta onde vivia.

Durante a visita de Pafúncio, um momento milagroso aconteceu: ao anoitecer, surgiu diante deles pão e água — que, segundo a tradição, foram trazidos por um anjo. No dia seguinte, Onofre revelou que recebera de Deus a missão de mostrar sua vida ao abade, para que ele testemunhasse sua morte e compartilhasse sua história com o mundo.

Naquela mesma manhã, Onofre recebeu a Eucaristia das mãos de um anjo e faleceu em paz, no dia 12 de junho. Pafúncio o sepultou em uma montanha e, ao retornar à cidade, escreveu sua biografia e espalhou sua história por toda a Ásia.

Santo Onofre viveu cerca de 60 anos em completa solidão, deixando um legado de fé, luta e entrega total a Deus.